sábado, 25 de outubro de 2008

"só precisamos de um sorriso para transformarmos um dia ruim"

Eu tenho pensado em você faz um certo tempo. Alguns dias te imaginando e...parece que você está do meu lado, agora. Por que será que hoje eu penso em você com mais intensidade e coragem do que quando eu podia não só pensar? Pode ser medo, como disse nosso velho amigo. "Você provoca e foge". Eu posso interpretar que eu sempre fugi. Não por vontade própria, mas por obrigação mesmo. No início nem era uma fuga propriamente dita, mas depois que eu soube que poderia fazer de um tudo e ir embora sem ressentimentos, passei a me descontrolar. Eu confesso que não fiz muita coisa que eu queria ter feito. Naquele dia... em que os nossos amiguinhos hormônios estavam contra nós, torcendo pra que um dos dois quebrasse a barreira da consideração aos outros... foi por muito pouco, eu soube no momento!
Naquela noite, como eu pensei que tinha feito a coisa certa! Hoje eu teria arriscado..aliás, em quase todas as ocasicões das quais eu me privei, hoje eu arriscaria em todas. Pode ser porque eu tenha crescido, e tô vendo o mundo de outro jeito. Pode ser porque eu tô longe, então o "fazer", estando longe de mim, não me assusta tanto.
Será mesmo que esses pensamentos da sua presença são só porque você tá bem longe de mim?

Eu lembro bem do dia que a gente se reconheceu. Foi só um sorriso, e eu caí na sua rede, como um peixe. Eu realmente escorreguei. Não é à toa que você diz que eu sou mais escorregadia que um peixe. Talvez você tenha dito isso em outro contexto, mas..como é verdade! Foi bem aos poucos, eu fui te conhecendo, e junto, sabendo o quanto você não prestava. Podia até ser legal e sensível, mas a sua casca era a coisa mais resistente que eu já presenciei. Eu senti momentos em que você tirava a máscara pra respirar. Ficava quieta..mal eu sabia que eu poderia aproveitar esses momentos com você de verdade.

Toda a nossa convivência foi um joguinho de poder. Não foi explícito, uma pena. Não gosto de recordar das nossas conversas, nem das risadas, nem dos abraços, muito menos das danças. Eu gosto mesmo é de lembrar das nossas ( poucas ) olhadas. Elas foram verdadeiras. A sua máscara não cobria os seus olhos, e , dentro deles, eu podia te ver como você é de verdade. As suas implicâncias, o fato de você ser estúpido e imaturo, me deixavam cada vez mais interessada em tirar sua máscara, sua roupa, seu tudo. Te ver como você veio ao mundo: puro. Longe do puritanismo angelical, eu me refiro à você sem padrões e opiniões. Você puro, feito leite.

Eu voltei a pensar em você, do jeito que eu menos queria: sorrindo pra mim. Machuca um pouco quando eu percebo que eu posso ver esse sorriso quando fecho os olhos, mas é só.
Só.
É muito até..eu não tenho certeza se você pensa em mim. Isso não importa em nada agora..
Pode ter sido medo, pode ter sido conveniência, ou pode ter sido a coisa certa a ser feita.
Hoje é uma coisa, ontem poderia ter sido outra..
Se aquela noite se repetisse, eu esqueceria das convenções; porque o que me importava não era o seu cheiro, sua risada, nossa dança, nem o seu olhar. Era a sua ( nostálgica ) presença. Essa, que eu anseio agora.

Hoje, eu vejo o seu sorriso. Aquele, do primeiro momento em que nos vimos.
Esse eu posso ter comigo, e só.

domingo, 12 de outubro de 2008

não precisa de título

sem propostas de recomeço, eu sei que isso pode não durar.
é isso o que a gente faz. inova, se sente revitalizado, brilhante, otimista, melhor do mundo. aí a gente cai..quer destruir tudo o que pode servir de escada pra melhorar. quando a gente tá mal, é melhor manter distância. depois de passar o trem do asco, a gente cata os pedacinhos que ainda estão espalhados e vai, aos poucos, recomeçando. em algum momento, a partir de agora, aquele sentimento de imensidão, olhar pro horizonte, expansão volta. é esse o sentimento que move as coisas, que move o mundo.
esse blog é uma tentativa de recomeço. ele segue a linha que eu acabei de propor. mas, como há de se esperar, comigo é diferente, e o sentimento agora não é o da imensidão, muito menos o do otimismo.
eu não quero mais esperar por este sentimento pra recomeçar. Vou sozinha, sem lenço, com documento e muita cara-de-pau.
que se dane a consciência a partir de agora, eu quero, para euforia de Freud, libertar o meu inconsciente.

vai ser uma viagem, a princípio, sem volta. mas, como eu vou com documentos, posso mudar de idéia.
e aí, com a presença de sentimentos revitalizantes e otimistas, recomeçar.