sábado, 20 de fevereiro de 2010

chutando a arte da prudência

E como saber se estamos fadados ao fracasso?

Quando começar a invejar a felicidade alheia, sentirás...

domingo, 14 de fevereiro de 2010

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... e ela continua esperançosa. Não é uma esperança otimista, de sentir as coisas dando certo, ou imaginar com um sorriso o que há por vir. Sabina preenche a sua falta imaginando como seria seu futuro caso coisas boas e ruins acontecessem. Ela não quer o tempo presente...desdenha ele. O passado ela enterra e tem náuseas ao recordar. E o futuro.. ah! O futuro para Sabina é o seu passatempo preferido. Imaginar sem o compromisso tem dois aspectos vantajosos, mas perigosos.

(1) Pensa, imagina, cria, sonha, goza com essa possibilidade que tem em não precisar se comprometer; caso faça algo errado, pode recriar sem sofrer consequências.

Porém, (2) Sabendo que é só imaginação, o quão distante está do que realmente quer?Ora, vamos pensar... se ela imagina as coisas com um desejo vindouro, é porque quer que isto aconteça, em alguma instância. Se Sabina também sabe que em imaginar não se compromete, fica na iminência de fazer/não fazer.

Ela prefere o futuro, pois por mais que em seu corpo a sensualidade esteja estampada, por mais que suas palavras corroam ao fundo suas vítimas, ainda por mais que ela seja, diante de todos os fatos, uma egocêntrica altruísta, Sabina teme que fique só. Seus atos e devaneios a entrelaçam, enrolam sua consciência da mesma forma como Taylor a acolhe na cama após uma noite sem fôlegos.
Infinitamente desorientada, Sabina irradia seu encanto e faz um espetáculo frente os olhos de todos. Agrada, mas por dentro está corroída, pois sofre do pior infâmia que pôde ser acometida: a dúvida.Comenta-se que os medrosos preferem o futuro, pois podem passar o presente planejando e nunca fazer nada.
Ela teme e psicossomatiza sua angústia pois a tentação chega muito perto, encosta e a espera. Seguí-la seria confirmar a existência de um gozo esperado, o ápice das realizações camufladas em singelas conversas virtuais.
Ponderar, considerando as partes envolvidas a faria, provavelmente, abrir mão da tentação, evitar a mordida da maçã e assim, continuar em suas ilusões nunca concretizadas. Até aonde a nossa moral nos impede de realizar nossos desejos? Como sanar um impasse que consome dia e noite, enoja, machuca, prende a respiração?
Se o fizer, ficará com medo, arrependida por alguns momentos, com a consciência pesada. Mas nada que nunca tenha acontecido com Sabina.. ela já agiu, em menor grau, de tal forma.
Se não o fizer, algum dia sentirá remorso por não saber apreciar a vida. E o conflito entre a marca registrada em seu corpo e sua filosofia de vida entrará em cena, intensificando mais ainda sua náusea.Dadas as cartas, restamos a concluir que agir seria a melhor opção. Mas como? Sabina, apesar de tudo, é uma lebre perdida no escuro, tem medo e isto a impede.


Estamos em outra discussão, a que traz à tona todas as trancas que nos impedem de darmos um passo no escuro.Quem trará as respostas meio à tanto fogo aceso?