quinta-feira, 1 de julho de 2010

não vou correr. vou ficar.

O mundo, diz Bollnow, está lá fora, em toda sua vastidão, com seus pontos cardeais e regiões, com seus caminhos e estradas. Nesse sentido, como vias comunicantes, a porta representaria a liberdade para se abrir e se fechar com segurança, e as janelas, possibilitando a entrada de luz, seriam como olhos abertos para o exterior. A cama, em contrapartida, representaria o centro de máxima proteção, no qual o homem encontra calor e está em sua intimidade. Antes dela, a mesa teria sido o centro comum de uma família, reunida em torno das refeições. A atomização das relações familiares é o que levaria à busca de um centro correspondente para cada indivíduo, em que se encontrassem vinculados todos os caminhos interiores e exteriores à casa. A cama é, para o autor, esse centro, em que começam e terminam os dias de uma vida inteira. O dormir, a que ela se destina, é um abandono, um deixar-se cair em um espaço sem determinação. Ao dormir e ao despertar, perdemos e voltamos a ganhar consciência do espaço vivencial.

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