sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

dona flor?

já faz um tempo que eu nao escrevo. só penso, teço articulações, falo e assim me dei por satisfeita por um longo período. é bom dar um tempo de tudo pra que a saudade dê uma incomodada, e aí a gente volte com todo o gás e tenha a sensação gostosa de redescobrir algo tão banal.
há tempos que se tem como senso comum que a gente só dá valor quando perde, e no vocabulário psicanalítico isso se transforma em "o desejo advém da falta", o que de certa forma, é bom e ruim.
sofremos, perdemos, e o luto se instala. logo logo a gente supera, cada um tem seu tempo, mas um dia ele chega... a gente só precisa aceitar e levar a vida. considerando que a elaboração do luto tem tempo e duração particulares, não cabe estabelecer uma regra para sacar qualé que é a de sofrer tanto quando se perde algo.
realocar o desejo no início parece cruel, frio, desanimado. se o objeto antigo voltasse talvez houvesse a sua maior valorização, uma vez que em sua ausência, notamos sua significação no imaginário. e é aí que a coisa aumenta, no imaginário mesmo!
é a ilusão de que a coisa é maior do que realmente é. é sentir saudades de alguém que quando aparece se mostra tão ou menos importante do que achamos que fosse. é sentir vontade de comer um doce de morango e quando comemos, até apreciamos, mas logo ele perde a graça e queremos outra coisa. ou seja, elegemos outro objeto de desejo.
caros leitores, disso eu já sabia. mas será que só saber e entender, aplicar a tudo na vida basta?

canso eu de sentir saudades e me iludir com expecativas e pensamentos que são extremamente absurdos de tão disconectos da realidade.. e olha que eu sei disso, imagina se eu não soubesse.

não sei mais o que dizer.. senti sua falta, mas quando você fantasmagoricamente voltou, não era mais a mesma coisa. nem sei se eu queria que fosse a mesma coisa, mas ao menos queria que fosse melhor. e não tá sendo. então, vocês dois, caguem ou desocupem a moita. e me façam perceber isso.

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