terça-feira, 14 de dezembro de 2010

save yourself if you can

pois é né, porque o outro lá parecia um bambi inofensivo que depois se mostrou um lobo mal intencionado. já o de cá tá criando os laços, mas.. até que ponto a gente se deixa levar pela paranóia, pelo desejo de que algo aconteça? será que dá pra distorcer tanto essa dita realidade diante de um desejo, vertical, particular?
Já faz um tempo que eu me questiono sobre a veracidade dos acontecimentos. Uma vez me dei conta que não é só o álcool que me faz confundir sonho com realidade após uma festa. Nessa ocasião eu vi que meu estado de espírito é uma embriaguez na alma que lambuza tudo o que poderia ser discernido entre real e imaginário. Tá tudo suspenso e eu tenho medo de arriscar alguma coisa e depois me dar conta que o passo em falso foi dado em direção ao nada, ao vazio, àquilo que eu fantasiei e agora é esfarelado, sem corpo.

Esse assunto me enche o corpo de raiva e eu sinto que minha musculatura fica rígida só de pensar que Julio demonstra à Luiza que gosta dela, mas é só atenção exacerbada, carinho e muita implicância. Não passa disso.

Depois vejo a Claudia se iludindo com o avassalador e passageiro Marcelo, que tanto emitiu sinais e agora parece tão distante, até provocativo.

Olho pra dentro de mim e nada é diferente. Tem uma multiplicidade de Claudias, Saras, Fabis e Luizas à mostra de tudo, de todos. É uma ilusão misturada com masoquismo, um mix de desejo com uma pitada de carência. E o prato tá feito. Chef, pode servir.
O que fazer se der indigestão? Sabe-se lá o que fazer depois de perceber que as coisas podem não ser bem como elas pareciam ser. Se antes as meninas queriam uma atitude de seus parceiros, hoje talvez queiram mais cautela. Vai que tudo desagua corredeira abaixo? E se era tudo um teatro, um delírio? E se o espetáculo começa e a gente percebe que era um monólogo e não uma cena lotada? E se o personagem principal for você? E se, de fato, a cena estiver lotada, mas de diferentes vocês? Como falar com eles?
Como pedir que cada um reserve suas histórias para si? Cada diferente fantasia dentro mim pulsa como uma só... talvez, por tantas em uma só eu não consiga difereciar o que é paranóia e o que realmente tá acontecendo. São muitas em uma só, cada qual com sua história, todas concentradas em mim, que alimento caraminholas na cabeça.

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