domingo, 23 de agosto de 2009

Ausência Presente

Mostrava à ele os meus projetos como se fosse meu pai, pedindo-lhe autorização e eperando que sua mão pousasse sobre minha cabeça. Sutilmente sinto a ironia me fazer cócegas, daquelas que dóem tanto que não sabemos se rimos ou choramos mais. O livro era sobre algo possivelmente comparável à esta situação. Pai e filha, após anos sem contato, firmam uma relação incestuosa.

"É um segredo nosso", me disse ao mostrar a prévia de nossos encontros semanais, mas digo com propriedade agora que serão quase diários. Estarei junto contigo mais uma vez, mas não grudarei em tua sombra, pois eu tenho o poder de manter uma distância reveladora entre nós.

( e aí , Foucault, explica essa? )

Não grudarei...

"Não acharás", disse ele. Será esta a fórmula para que alguém acalente o meu coração? Diante das últimas tentativas, devo admitir que prefiro estar submissa às forças que me são mostradas, as quais gosto de ser submetida. Em vão... não acharei a fórmula ou nunca te acharei?
Pois bem, acabo de descobrir meu objeto A.

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