segunda-feira, 10 de agosto de 2009

falar é dispersar

Tenho tanto ódio hoje do conformismo que foi tachado como apaziguador das mais diversas colisões de ideias. Muita gente fica quieta diante do que é fato, só pra evitar mais discussão e algazarra. Qual o problema de se discutir sobre algo que não agrada à todos? E mais, precisa-se de algo que agrade à todos? É partir da discordância que as opiniões mais valiosas emergem e trançam-se, enfileiradas ou debruçadas sobre os propósitos alheios, eu e você, caro colega, estamos aqui, no mundo, na vida, para discordar. Estamos aqui para fazermos algo, para executarmos a evolução. Quem a criou pode mudar o rumo da história, mas quem está atuando como fantoche e se acha no maior direito de sentar e esperar é você: humano preguiçoso e deprimente (significado correto da palavra deprimente: aquele que transmite sensações desagradáveis e agoniantes; provoca náuseas; deprime).


Temos boca para uma série de prazeres que a psicanálise já antecipa, mas dentre os que não relacionamos à alimentação - no amplo sentido da coisa -, encontra-se a arte do discurso. Cícero, dê o exemplo e nos mostre porque você é lembrado!

Agora que estou deveras satisfeita com o resultado subjetivo de minha apelação, torno a ser controversa e a pensar que às vezes é melhor calar-se a falar abobrinha. Ou boas verdades.
Devemos sim olhar-mo-nos no espelho para descobrirmos aos poucos do que somos feitos.. mas quando o nosso sino não toca e o cemancol não entra em ação, é quase que notório que algo sai de nós e é transmitido aos próximos:

"Por favor, me fale boas franquezas face a face, eu estou me iludindo".

Irrita saber que existem pessoas que são assim. Sim, caro colega, pessoas assim como eu e você, que tem pontos fracos e também não sabem o quanto escondem dentro de si próprios. Já dizia Nietzsche que é difícil conviver com os outros, visto que calar, isto sim, é muito mais difícil.

Chico, obrigada por traduzir em música meus extensos pensamentos..

"Quero lançar/Um grito desumano/Que é uma maneira/De ser escutado/Esse silêncio todo/Me atordoa/Atordoado/Eu permaneço atento/Na arquibancada/Prá a qualquer momento/Ver emergir/O monstro da lagoa..."

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